Gêneros textuais em vestibulares
Já é tradição que no vestibular da UFSC/IFSC/IFC, organizado pela COPERVE, a banca cobre outros gêneros textuais, além da tradicional dissertação-argumentativa. Aliás, nas edições recentes dessa prova, nem a dissertação foi pedida.
Isso se explica porque, cada vez mais examinadores percebem que candidatos e candidatas produzem textos pré-formatados, montados com base em “fórmulas” de redação muito difundidas por cursinhos Brasil afora.
Em tempos de ChatGPT, a tentação de delegar a um programa de computador uma ação, que é eminentemente humana (a criação), é tentadora, mas também destrutiva. O resultado é que a ausência de capacidade de escrita tem afetado, e muito, a dificuldade da vida em sociedade e também na vida científica e acadêmica.
Por isso insisto na importância em se dominar a escrita e a comunicação com senso crítico e consciência textual.
O que são gêneros textuais?
Cada situação comunicativa da língua exige um gênero textual específico conforme a finalidade e o público alvo. Os diversos tipos de composição que circulam por aí possuem características próprias. Assim, ao lado da dissertação, da crônica e do conto, podemos identificar a carta pessoal, a conversa telefônica, o email, o anúncio, a comédia, o discurso político, a lei, a notícia, a letra de música, o artigo científico, a bula de remédio e tantos outros. A redação de vestibular é um deles.
É bom lembrar que as modalidades textuais não se apresentam de forma pura na vida prática. Foi-se o tempo em que a dissertação era o único gênero cobrado nos vestibulares. Muitas universidades apresentam a possibilidade, em seus processos seletivos, de que o candidato demonstre sua capacidade linguística por meio de conto, crônica, carta, manifesto, notícia, textão de internet, diário, relato, resumo, resenha e até roteiro de podcast (como na Unicamp).
Em outro texto sobre a costura textual, trato das características da dissertação.
Hoje destaco as características dos seguintes gêneros: conto, crônicas, textão de internet, cartas, manifesto, relato pessoal e diário, artigo de opinião e notícia, resumo e resenha.