Aluna: Adriana Leal Brum Silva - 2014 -2
Eu iniciei o curso de produção textual cheia de expectativas ... melhorar a escrita, preparar-me para a seleção do mestrado, multiplicar o “conhecimento” na minha prática pedagógica ... mas fui “contagiada” pela professora. Nas aulas além de (re)escrever, (re)ler, (re)construir o conhecimento ... expressei no(s) meu(s) texto(s) o aprendizado acumulado, os sentimentos, as vivências, os medos, as angústias, as dificuldades e as potencialidades. O papel da professora foi fundamental no processo da escrita, pois o seu OLHAR para o(s) meu(s) texto(s) permitiu o acolhimento, o incentivo, a motivação, a escuta, a mediação, a intervenção ... A forma como as aulas foram conduzidas (planejadas) possibilitou uma (re)escrita viva e dinâmica. Dessa forma as atividades de escrita, as leituras, as discussões e os conteúdos estudados oportunizaram “refinar” o texto nos diferentes aspectos da língua, seja na gramática normativa, no subjetivo, no discurso, no “link” com os temas das diversas áreas de estudo (Sociologia, Filosofia, Psicologia, Tecnologia, Antropologia, Linguística), na consistência, na leveza com as palavras ... compor a escrita de outra forma. Quero continuar as aulas na Oficina da Palavra visando novas metas e aprimorar (ainda mais) o texto ... a minha escrita.Adriana Brum - Aluna em 2014-2
Idas e vindas do transporte coletivo
O ônibus faz parte do meio de transporte de muitas pessoas, principalmente, para fazer o translado de casa até o trabalho e vice-versa. Eu faço parte desta população que utiliza esse meio de locomoção todos os dias. No ônibus as pessoas “desconhecidas” podem se tornar conhecidas, visíveis e próximas. Tendo em vista que as pessoas, geralmente, pegam o mesmo ônibus, no mesmo horário e local, diariamente. O que podemos esperar dessa “convivência” coletiva no ônibus? Algumas pessoas podem iniciar uma conversa, perguntar algo, contar algum episódio, demonstrar sua boa educação ou falta de educação. Nessas idas e vindas de ônibus observamos comportamentos, situações, fatos inusitados, acontecimentos que envolvem a relação humana.Em um dia de semana no ônibus, indo para o trabalho, presenciei um episódio que inicialmente podia parecer um fato sem importância, até animador, mas me levou à reflexão sobre os limites do comportamento humano, a liberdade de expressão e as regras construídas .O ônibus estava com quase todos os assentos ocupados e as pessoas pareciam sonolentas (inclusive eu), com pensamento distante, contemplando a paisagem urbana através da janela, impacientes (e, algumas irritadas) com a fila que já se formava pela manhã, Nesse percurso que eu fazia até o trabalho, algumas pessoas desciam e outras entravam no ônibus. Eu estava sentada próxima ao cobrador, quando ouvi uma música que vinha dos bancos da parte do meio do ônibus. A música alta, de um gênero nada relaxante, tomava conta do ônibus e de todos que se entreolharam espantados com aquele som. Nesse instante eu (e outras pessoas) dirigi o olhar à pessoa que carregava nas mãos um “aparelho” de onde vinha o som. Não acreditei no que estava vendo (ou melhor, ouvindo) e no mesmo instante pensei comigo mesma, se ainda fosse uma música relaxante... Aquela música alta ainda acompanhou os passageiros por mais alguns metros e eu comecei a ficar indignada com o dono do celular, responsável por aquela situação. Falei internamente, questionando porque ele não utilizava o fone de ouvido, pois estava em um transporte coletivo, ambiente público.Depois de alguns minutos, o cobrador pediu para que a pessoa desligasse o aparelho. Mas, ele pareceu não dar importância ao seu pedido. O cobrador fez um comentário para o motorista sobre o rapaz que insistia em ouvir a música naquele volume.Logo em seguida, uma pessoa chamou sua atenção e pediu que desligasse o aparelho, argumentando que no ônibus era proibido ouvir música daquela forma. Orapaz retrucou e tentou armar uma confusão. Ainda bem que ninguém aceitou sua provocação.O homem que tentou solucionar o problema desceu antes da linha final do ônibus, indignado com a situação, mas não estava disposto a comprar uma briga. Orapaz alvo da confusão continuou ouvindo o som de seu “aparelho” daquela forma, desrespeitando o ambiente coletivo, regras de comportamento e limites. Os demais passageiros foram obrigados a escutar o gênero musical até o final do percurso, mas sem deixar de se entreolharem, tentando entender o episódio.Quando cheguei ao ponto final todos desembarcaram, inclusive, o rapaz que saiu do ônibus ainda com a música ligada. Ao descer do ônibus, fiquei pensando que “se essa moda pega”, nós não teríamos mais liberdade no ir e vir, pois algumas pessoas poderiam se esquecer da boa educação, do bom senso, do respeito ao outro. E, outros episódios poderiam aparecer nas idas e vindas do transporte coletivo. Adriana BrumAgosto/2014